Por G1


Cardeal George Pell é condenado a 6 anos de prisão por pedofilia

Cardeal George Pell é condenado a 6 anos de prisão por pedofilia

A Justiça da Austrália fixou nesta terça-feira (12) a pena de seis anos de prisão ao cardeal George Pell. O religioso, ex-chefe das finanças do Vaticano, foi preso no fim de fevereiro por pedofilia. Além disso, na sentença, o juiz Peter Kidd disse que o clérigo será registrado como "criminoso sexual" pelo resto da vida.

Pell, antigo número 3 da hierarquia do Vaticano, é acusado de abusar de dois garotos na década de 1990 em Melbourne. As vítimas participavam do coral da Catedral St. Patrick, em Melbourne, sul da Austrália.

Cardeal George Pell, condenado por abusos sexuais contra menores — Foto: AAP Image/Erik Anderson/via Reuters

O religioso havia sido condenado em 27 de fevereiro e foi preso no mesmo dia. Ele alega inocente e entrou com recursos, que, de acordo com a Reuters, devem ser analisados em junho.

O cardeal foi prefeito da secretaria de Assuntos Econômicos e o eclesiástico de maior graduação já acusado de abuso sexual. Ele foi arcebispo de Melbourne entre 1996 e 2001 e depois se tornou arcebispo de Sidney até 2014, quando foi para o Vaticano, convocado pelo Papa Francisco para administrar as finanças da Igreja Católica.

'Descarada ofensa'

O cardeal australiano George Pell, ministro da Fazenda do Vaticano, em foto de 6 de março de 2013 — Foto: Reuters/Tony Gentile

No fim de fevereiro, o cardeal saiu da sala em silêncio após ouvir do juiz Peter Kidd que sua atitude foi "insensível e de uma descarada ofensa". Na ocasião, o magistrado retirou a liberação condicional ao cardeal.

Pell foi considerado culpado por um júri do tribunal estadual de Victoria, em 11 de dezembro do ano passado. A decisão, porém, só foi tornada pública nos mês passado.

Durante a audiência, o advogado do cardeal, Robert Richter, apresentou dez referências de "caráter" de personalidades australianas que falam a favor de Pell, incluindo a do ex-primeiro-ministro conservador John Howard.

Também foram apresentadas duas declarações escritas sobre o impacto que os abusos causaram nas duas vítimas de Pell, a que a imprensa solicitou acesso, o que foi negado pelo juiz. Uma delas foi apresentada pelo único sobrevivente dos abusos, enquanto a outra foi feita pelo pai da segunda vítima, que morreu de uma overdose de heroína em 2014, e que planeja processar Pell pelos danos causados ao seu filho.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!