Voluntariado: de Lisboa até Gabu

A ONU instituiu o dia 5 de Dezembro como Dia Internacional do Voluntário. A esse propósito recordamos a aventura de 17 universitários da Residência Universitária Montes Claros que passaram as duas últimas semanas de Julho em acções de ensino, saúde e construção civil na Guiné-Bissau.

O Clésio é um estudante guineense de Contabilidade e Fiscalidade, que vive na residência universitária Montes Claros em Lisboa. Foi dele a ideia e a persistência para organizar e levar a bom termo o campo de trabalho na Guiné com um grupo de dezassete estudantes, parte deles residentes de Montes Claros.

A Guiné-Bissau é um país com cerca de 1.800.000 habitantes, dos quais cerca de 380.000 vivem na capital, Bissau. O local escolhido para o campo de trabalho foi a terceira cidade, Gabu, com cerca de 14.000 habitantes, distante 180 km da capital.

Rodrigo Costa numa aula de Biologia.

Para quem vem de Lisboa, as primeiras novidades passam por respirar o ar húmido e abafado, sentir o calor, temer os mosquitos, redobrar o cuidado com a água que se bebe. Mas não é menos surpreendente o acolhimento aberto e franco que o grupo encontrou.

D. José Câmnate, Bispo de Bissau, foi o principal garante do êxito do campo de trabalho, e quem cedeu o seminário menor da capital para o alojamento nos primeiros dias, para ambientação, visita aos locais mais marcantes da cidade, e ainda uma visita tranquila à família do Clésio.

Diogo Leão numa aula de Matemática.

A viagem para Gabu demorou 4 horas, e nessa cidade o anfitrião foi o Padre Daniel, que mobilizou a sua paróquia para que o grupo se sentisse em casa. Esse dia foi o primeiro de dez dias de trabalho, que envolveu três sectores:

- ENSINO: uma equipa deu aulas de português, matemática, biologia e ética a diferentes grupos de pessoas da comunidade;

- SAÚDE: dois estudantes colaboraram no Hospital Regional de Gabu, nos serviços de maternidade, pediatria e consulta externa;

- CONSTRUÇÃO CIVIL: outra equipa dedicou-se a trabalhos de reparação de espaços da paróquia, numa estrada do centro da cidade, e limpeza de algumas das ruas principais

As condições de vida que localmente são rotina, constituem uma novidade para quem se habituou à vida em Lisboa, como, por exemplo, ter electricidade só à noite e apanhar inesperadas chuvadas torrenciais.

Gonçalo Perry e Simão Gaspar com um dos médicos do Hospital de Gabu.

O grupo recebeu a visita de Dom Pedro Carlos Zilli, Bispo da Diocese de Bafatá, que abrange a cidade de Gabu. Celebrou Missa para toda a comunidade e de seguida almoçou na casa onde o grupo estava alojado.

Durante a estadia, os universitários puderam conhecer a cidade, foram recebidos pelas autoridades locais efizeram um passeio que os levou ao ponto mais oriental do país, até à fronteira com a Guiné-Conacri.

Tiago Fino com o mestre de obras da casa paroquial que estávamos a recuperar.

Já novamente em Bissau, em jeito de despedida, os anfitriões ofereceram a cada estudante uma pulseira com o nome de cada um e umas palavras pessoais.

Tudo e todos dizem que é uma experiência para repetir.

Album de fotografias